Hoje é noite de São João
Uma fogueira acessa, uma brasa
Tem música, tem um céu estrelado
E balões.
Hoje é noite de São João
Mas a noite está tão fria
Os olhos tão distantes
Que o coração gela.
Servem-me o leite, o bolo
E o gosto se parece, se soma e anula
Tento me aproximar da fogueira, do calor
Na noite de São João.
Na noite de São João as ruas estão mortas
As árvores ficam caladas, as calçadas
Todos tentam ouvir o que não é dito
E sentir o insensível: o calor
As estrelas representam anjos que nos vigiam
A fogueira, o amor que nos une; a comida, a fraternidade
E eu no meio disso tudo significo interrupção
O mundo caminha e pára na minha frente
Damos as mãos em volta da fogueira
Cantamos uma canção de infância, de algodão doce
Escutamos alguns rojões, bombas e crianças
E cachorros, eles odeiam as bombas.
Na roda as mãos dadas se esquentam
(seria tão difícil perceber os efeitos?)
de frente, alguns olhares se cruzam
e dizem que é a fogueira que aquece
tudo pode ser frio sem um pouco de fé
tudo pode ser distante sem uma música,
as crianças agora cantam, os adultos agora cantam
e os cachorros roubam a comida que deixamos de lado para dançar.
Hoje é dia de São João
E a noite estrelada brilha o que todos querem
E não buscam; e ainda tem luzes
E toda a cantoria que embala um sonho.
Hoje é noite de São João
O céu fica todo estrelado
fica todo iluminado,
Pintadinho de balão.
(DIF, 24/06/2006)
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