segunda-feira, 27 de março de 2017

Buraco Negro

No começo dos tempos,
Eu estava assim sei lá, correndo solto,
propulsão orbital,
Viajando a zilhões de quilômetros por segundo.


De contar o tempo e de cortar espaços,
abrindo marcos e registrando ferozmente as andanças
vivia escravo da velocidade, sem emergência ou gravidade


Passei por um buraco negro.


Deformada realidade, não agora mas antes
Capturado pela densidade,
“Decifra-me ou devoro-te”


A corrida virou espera e a energia virou materia
Um nada, meu tudo Engolido. Fusão.
Um campo novo, 1+1=1


E esse um é bom, porque é cheio
E engolido me sinto bem
A gente não precisa caminhar, só se fundir


Perdi o relógio, perdi a pressa, correr cansa,
procurar tortura a mente
as vezes ainda me pego olhando pro pulso onde antes havia o timer


Ah, sei lá, buraco negro
Por que ficar medindo o tempo,
Se já sei que ao seu lado você faz o tempo parar?

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